sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Aviso de agosto

A agonia que sinto agora é a última morada do espírito.
É agosto sempre em minha alma e inverno por todo lugar onde piso.
Escrevo essas frases nua, contornando o canto da cama com meu corpo atirado - em extremo desabafo.
Perdi minhas roupas soníferas, permaneço obrigatoriamente dispersa no pânico da lucidez.
Amigos, não sigam o cupido bêbado que, libidinoso, desfila. É sua missão diabólica e nada mais.
Há o costume da conspiração: de abismar os olhos e beber do vinho mais seco.
Sugiro que sumamos, que voltemos para o asilo de onde nunca deveríamos ter saído. Onde vagávamos pelo corredor seguindo o cheiro dos amantes, rastejando e entrando em ebulição a cada mínimo gesto (gozo) do ser desejado.
Preste atenção: não há solidão nem luto nem cinismo nem vazio mirado contra nosso peito. Há o luto o cinismo e o vazio de cada um apenas.


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