terça-feira, 27 de agosto de 2013

Permanências

A minha saudade é sufocada pela quantidade de roupas que visto em cada manhã polar. Fica dentro, arroxeando o peito, dificultando a respiração. 
Não há quem pegue em minhas mãos, de unhas mal cuidadas e peles mortas desfiguradas por entre meus dentes.
A minha leveza é tão frágil, que uma casca de banana no caminho é o bastante: escorrego nos antigos rastros. Tenho serenidades bem estendidas e extensas confusões sempre.
O raciocínio é simples - o mal da humanidade é conseguir domar a emoção.
Enquanto a culpa sucumbir-me e a flor de jasmim alimentar-me, eu estarei viva. Levando mais dezenas de vezes o mesmo susto corriqueiro, ao não encontrar meu gatinho escondido em brincadeira. Apresentando-me para mais um chinês perdido que, como eu, abrigaria-se abaixo de uma marquise fugindo da chuva. 
Tateando as ondas do sol refletidas na luminosidade do mar.
Enfim, permanecendo no aguardo da saída do calvário como uma mãe a espera do parto. Quanto tempo posso permanecer indeterminada? 
É muito tempo de fisgadas frias. Será mesmo só uma manhã polar?

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