quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mais próximo do céu

Tchaikovsky e sua serenata para cordas, a música que chegou ao abismo mais profundo da minha alma - só um pouco humana. No terceiro movimento, desconcertou-me quando - em êxtase - cerrei meus olhos e entrei em uma anestesia  - uma existência anestesiada - a medida que a música devastava-me por dentro.
Ela percorria vorazmente meus bosques já gélidos, arrastando consigo os lírios que ainda permaneciam entre o verde congelado. Nesse momento, senti meu corpo ir e vir - flutuando - como o mais próximo que já estive do céu. Com a emoção trancada no peito - à pulsar cada vez mais rápido - deixei-a sair em um rio atormentado de lágrimas, talvez evocando as forças celestes que lá pairavam no ar: no momento de desespero clamei ao amor, terno e eterno.
Era já noite ao término do concerto, levantei-me levemente, andei aos passos mais suaves -ainda estava em nostalgia. Vertia dos meus olhos a melancolia: só queria um abraço para confortar-me.

11/04/2010

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Faço de qualquer lugar, uma formosa tragédia literária, com dois compositores e uma sala de concertos. Faço então desse lugar um sublime portal à outra dimensão.