quarta-feira, 20 de março de 2013

Sobre dissonâncias atemporais

I:
No aconchego de casa, o acolhimento verdadeiro fora vibracional. Capturara meu âmago e pulsara vorazmente - a partir do início do ritual musical na câmara pautada, originando a primeira nota a chegar pelo mensageiro até mim.
Percebera elementos fortíssimos do feminino, escalando como trepadeira e chegando a percepção dos fluidificados pela arte - burlando a obstrução imposta pelo próprio criador e intérprete da mesma. Tremeras como folha seca, de expressão oca e desmotivadora para o público e companheiros de epopeia.
O termômetro é a paixão, que existe claro e luminosa apenas sob tuas lentes, desejando transcrever para o entendimento geral o universo paralelo que se impõe sobre toda a vida. Conduzira-me com frenesi alarmante, até esse recital! Pensando e não entendendo: logo perdendo-te por completo nas linhas e anzóis de pensamentos.
Necessário para o crescimento não é recrutar músicos, analisá-los como grande Henrique V. Com a essência desconjuntada, procurar teus cacos em faces distintas seria uma imaturidade imensa.
Segurara-o pela mão, querendo soltar a cordinha. Vá! Morrer de inanição, crédulo do egocentrismo. O presente é onde construímos o futuro e minha energia entrara em choque por onde estive. Não sentes, logo não tocas: executa com alucinações drugues intrínsecas. A falsidade das pupilas famintas acabá por digeri-lo, caro amigo. 
Talentoso intrépido, homo-cosmic-habilis, apenas.
II:
Atravesso mancando minha desacoplação, término de um ciclo arcaico de meu espírito. Sinto o portal nas proximidades, derramando sobre mim a solidão gostosa que é a de ausência de concentração. Não é para a consciência plena que a vida caminha, mas para a evolução subjetiva - aquela íntima.
O gosto amargo e pesado da lástima, aceito ressaltando sua extinção no menor tempo possível. Meu perfume fora imperceptível em sua floraldicência - doce e excêntrico ao extremo. És a pintura do macabro! Adornado de dourado - puxando amarelo de gema de ovo na moldura. Não sei dizer a quem pertence o quadro, por que não conheces a ti mesmo.
Caira a chuva grossa, arrancando-me da saleta transbordante de peças de um xadrez alquímico, obtuso. No preto e branco, o xadrez é de magia negra: ilimitado voodoo com peças  de carne fresca. Vence o mais usurpante.
Gravo em braile na testa!
Desopilo em posição convalescente, de costelas fraturadas: as superiores trincadas, as flutuantes quebradas.

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