sábado, 9 de março de 2013

Mulher aracnídeo

Ressalto que fazem míseros vinte minutos que a vítima deixara a câmara de tortura. Indizível ambiente pintado de violeta, cápsula doentia onde repousa o aracnídeo - que drena sentimentos como viúva-negra e espanta-se com a má conduta e culpa que é não se importar.
Vidros que dão acesso ao íntimo do espírito, são infinitos também quando realizando strike de estilhaços. O frenético ritmo de quebra é o caminho que persiste e sangro pela segunda vez em menos de uma semana. Roubos espontâneos.
Deusa da reclusão, catástrofe humana. A memória trava os dias futuros - amaldiçoa as emoções e logo após quebra o trinco da porta de acesso. 
Encontro-me em uma palidez sinistra. Culpo entidades que só sei que existem - não as conduzi ainda à pia batismal. "Oscilações: sádicas!" exclamo em ode à fantasia.
Apresento-lhe meus aposentos, mostrando alguns mínimos detalhes.  Irreparável, submeto-os à zona de desprezo. Sedo-os com encanto febril e absolvo-me com o fato de não realizar isso conscientemente. Preciso cobrir com folhas de babosa todo este estrago... Preciso de um campo minado da planta de cura sempre à disposição. Sou reclusão e forjar isso é um grande enojamento, rezo para que chegues em casa sem perversões às minhas custas.
Débil, procuro emissoras de rádio que nunca tem número certo. Ecoam nos números seguintes, músicas fujonas de fragilidade crônica! Deem-me carona para desaparecer da vergonha: a terceira vítima foi-se pela ruela entre a avenida coronária da cidade.

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