terça-feira, 23 de outubro de 2012

Coração humano

A carne do coração é intrigante, bela e inquieta. Movimenta-se, em sua dança permanente e audaciosa. Qualquer erro na perfeição e voltamos para a natureza de onde viemos...
É possível sentir o equilíbrio da máquina orgânica se esvaindo! Essa noite tento controlá-la - odeio-me! Não sou habitável, sinto medo. Imagino continuamente como é o interior do corpo - literalmente. Toda a carne molhada, sangrenta.
Uma mão aperta meu coração, pressionando-o e produzindo barulhos - sem distinções daqueles criados ao apertar um generoso pedaço de carne do açougue. Diria, se quisesses saber como me sinto, para pensar em mim e acender um fósforo - e então colocar o dedo na chama e tentar pensar novamente. É assim por mais essa noite, querido lobo.
Continuo desde sempre perdida, suprimida por essa carne de que sou feita. Reprimo mas não consigo fugir: a morte eminente assola meus pensamentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário