quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Proteção aos animais


Respeito pela vida dos animais é o mínimo esperado das pessoas em geral, e tratando-se da classe médica veterinária a questão é indiscutivelmente mais séria. Questão de ética e profissionalismo.
No momento em que confiei meu amado felino Syd às mãos de um veterinário, imaginei que não fosse necessário lembrá-lo de que entreguei uma vida, e que como o ser humano possui fragilidades e sua saúde deve ser sempre preservada. Acredito que a clínica em que deixei Syd seja mais uma de tantas que visam nada mais do que renda. A situação torna-se ainda mais grave quando essa empresa passa à ingressar em campanhas de proteção aos animais, oferecendo serviços à baixo custo: com menor remuneração, o descaso com os bichinhos é revoltante.
Como tantos outros, Syd fez parte de uma feira de adoção de animais de rua, onde recebi a indicação do local para fazer a castração. Julguei ser o melhor para ele, ainda que o receio e o medo me angustiassem. Apesar de ser leiga, sabia que a esterilização em machos é extremamente simples, quando recebi a notícia de que nele havia uma complicação- só um testículo era visível. O procedimento para detectar a existência deles é fácil, feito antes de qualquer anestesia ou semelhantes, mas ele não foi examinado, apenas sedado e colocado na mesa de operação, onde o problema foi descoberto.
Sem escrúpulos, o médico prosseguiu com a cirurgia, cortando Syd sem saber a localização exata do órgão, que quando interno, toma diferentes formas. Disseram-me, friamente, que quando marcado um procedimento, ele é executado. Creio que em casos especiais o protocolo deveria ser quebrado, para antes os exames específicos serem feitos. Claro que como Syd fazia parte do programa de doação  não adiariam a cirurgia ou se preocupariam com quem nem mesmo enche seus bolsos.
Não há explicações para a dor que senti ao vê-lo! O descaso é visível já em como o corte foi vergonhosamente fechado. Nenhuma instrução me foi passada, nem ao menos vi o rosto do veterinário - jogaram-me o gato como livrando-se de um problema. Um problema que sente dor, contrai infecções, sofre. Era noite, não tinha dinheiro e tive de cuidá-lo como pude.
Pela manhã procurei outro veterinário, que ficou atônito ao término do meu relato na sala de consultas: "É incrível como essas pessoas podem se dizer médicos, sujando o nome da profissão com tais atitudes, aproveitando-se de leigos", disse.
A recuperação está sendo difícil. E pensar que todos os riscos que Syd corre a cada minuto, poderiam ter sido evitados com o simplório ato de respeito com outro ser vivo.
29/12/2010

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