quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Lia e o mar

O ruído do mar é o único preciso. Lia pára, procurando no horizonte um banco de areia onde possa ficar em pé e não mais refém da onda, à mercê de sua própria segurança.
"É a voz dele em uma das brisas!" Avança oceano à dentro para defini-la, separá-la, tão adaptável! Parece homogeneizar-se competindo com o tom grave tatuado na memória dela.
Por que sempre perceptível, nas beiradas atrás de cada instante vivido? Voz em que agarrou-se e continua presa (pelo mar). Enfim Lya completa, obstruindo os ralos : gosta de salgar o corpo com água e ouvir o vento arrastando as notas musicais depressa.
Ela descobriu os cantos - onde sempre o achou- e permitiu desde então que tudo o mais a arranha-se, pois seu luto e saudade sobrevivem sugando a força vital.

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