sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Onde os ventos derrubam e a ausência nasce


Na linha da existência, Lia segue em passinhos tímidos, sorrateiros - o equilíbrio é reflexo do tempo, hora beija o chão, hora segura-se em um eventual corrimão (pois não reconhece a mão que impede sua queda) . Passinhos que rastejam à beira do precipício, ventos de mudança que assobiam, dançam, incendeiam! Más não são capazes de trazê-lo de volta em seus longos braços, para o abrigo do seio quente que o chama.
O caminho segue. A ausência é sua posse - é a única que não pode ser roubada quando tudo o mais se foi. Traz consigo a angústia de ter de calar-se, o desespero de manter o laço, cortante e firme, na garganta - para impedir o coração de sobressair-se.
Ela nasce quando faz-se, em dolorosas datas, o desconhecido amar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário