domingo, 8 de agosto de 2010

Fogo e fungo

Meu coração está apertado, falando por si próprio, domando todo o pouco que resta de consciência.  As forças foram sugadas até o último grão que havia no fundo do último tacho - na tentativa de não morrer de fome.
O amor deixou à muito de ser a chama que aquece, conforta e traz alegria, para ser o fogo que simplesmente queima e deixa em cinzas onde passa - até mesmo seu berço de outrora, amor ingrato! Destrói o peito que um dia, tão doce, o deixou crescer e fixar suas raízes, tão belas quanto traiçoeiras. E, quanto ao veneno, é como um fungo que se alastra e torna a madeira podre.
Assim definho, e esta noite escrevo pois a doença avança rápido. Nem mesmo a luz, de suma importância para escrever, suporto: traço os contornos na penumbra.

13/07/2010

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