terça-feira, 27 de maio de 2014

Afaste-se, amanhecer de novos olhos translúcidos. 
Bem sei que infringi os limites do aquário e rebentei de paixão, em fúria enamorada dos pássaros que na névoa laranja surgiam.
Naquela manhã quando tudo arde e congela, o corpo quer sentir êxtase e dor- em impiedoso sonho secreto. A espinha fica torta e o pulmão debate-se como peixe vivo entre as costelas.
A profundidade apossa-se dos nossos olhos, vendo todos por trás do voal onde a exclusão nos atinge, sobre tudo o que nasce e é sentido. Tão amado!
O roubo é eminente, somos desintegrantes. Todos cruzam-se por trás da cortina, não confundem-se e muito menos fundem-se - apenas divergem.
Então visto e gozo do nosso alinhavado ser 
escondendo o sol nas dobras da minha veste.

(A conexão é um fio de seda brilhante, tão suave e palpável quanto o ar maciço da manhã. Esticado com esmero e rosado, o tear tece emburrado no sótão dos dias. ) 

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