segunda-feira, 5 de maio de 2014

Tu corres em todos os sonhos
na dimensão das sombras, sempre em seguida.
Garra da mordomia passada,
o absurdo da saudade disseminando mentiras:
A vontade da presença cristalizada
em canhões de luz acesos por qualquer lamparina.

Torço o pescoço,
forçando a saída da febre que lateja as têmporas
esperando o tempo passar
enrubescendo as bochechas.
E como é sorrateiro!
A roupa larga comprime o peito,
emudece os sentidos
pisca a faísca no ouvido:
a ansiedade é a mãe de todas as cóleras.

A excitação é também a dor da fome
e ainda assim sonhar desenfreada,
agouros bem afinados da tua presença.
Danço rende à ti
Queimo até passar do céu
Desperto no leito grunhindo
Sem uma camada da pele -
entre uma existência enfraquecida,
pelo amor alheio descamo.

Amarrada a uma ferradura
garanto-lhes tua falta  em meu encalço
Aqui voltarei em breve,
pregada nas solas dos pés com cascos.
De todo o amor do mundo,
para nós fora destinada a desconstrução -
intermitente, das texturas suaves
e momentos sacolejantes que formam os dias saudosos.
Contados em ampulhetas de areia
são dissolvidas no claro dos olhos:
querendo gotejar libertários da emoção,
granulos que secam e coçam.

Copos cheios são derramados em meus cabelos
sendo apenas uma a verdade absoluta
carregada junto ao corpo,
em um livro que mal cabe no bolso.

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