segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Equinócio de setembro

Meu pecado de feriado - em ilusões inexoráveis feitas de chorume, órgãos inteiros fora de controle escorrendo fétidas sensações brutais. 
Ele afronta-me tipo fera, sem perspectiva alguma para um grande encontro. 
Minha paixão colérica.
O desejo infla-se - espero-o, cavalo rei, impacientemente com os mamilos rijos de frio. Mas não há passo para dar em situação de tão requintada ruptura - de puro desprezo. De sua vida nada sei, és meu desconhecido enraizado em tantos elementos envolvidos na paisagem. 
Já na noite mais alta, apenas dois corpos dispersos em solidão. Sabia só dos meus pensamentos, confessos na confusão.
Acordas pela manhã já em passos pesados - ainda que de meias ternas de tanta brancura. Mateias então na varanda solito: porque motivo? Atiro-me só, afogando-me em saudade do nunca acontecido. Ainda assim, limpo tua casa de campo como se fosse a última das estâncias.
O medo controla todas as extremidades do comportamento. 
Era tão cedo e o dia ensolarado parecia ter domado todos em ressaca, confrontando a noite mal dormida. Qualquer objeto é o travesseiro mais confortável do mundo - desde que seja do ser idealizado. Dormi num canto impessoal, o colchão fino sob a lajota rachada - sendo tu, equino, o homem afastado nas baias.
O mito do cavalo branco é desfeito.
Em suma, tudo é a pluralidade do purgatório que nos encontramos. Um dia após outro é demasiado lerdo, secando e esmorecendo os sentimentos. Sirvo-me do tempo como única alternativa.

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