quarta-feira, 11 de abril de 2012

Exílio parte 28

Estou adoecendo: caindo de esperas, como a dessa noite, preocupações e desilusões. Torturam-me de tal maneira, esgotam-me. Somos fenda no espaço... Invadiste minha solidão! As atmosferas criadas são repletas de açúcar, somos uma imaginação. Relação que intriga-me, por tantos anos presente em nossas janelas, mantendo com ardor nosso amor latente. Mas há como não saturá-lo com o tempo - com as repetidas lágrimas disfarçadas no travesseiro?
Agora, despertas: roubaram-me muito mais do que o descanso! Pedacinhos de esperança e por que não expectativas, deixadas todas no colchão como células mortas. Não compartilhas comigo o que sentes, és capaz de enfrentar um dia inteiro ao meu lado sem recorrer a um abraço reconfortante, de apoio que só a figura amada consegue proporcionar. Proteges-te - em equívoco- do inimigo invisível, sob uma capa grosseira de egoísmo.
Retornastes pelo conforto de não estar só, pela maciez de cobrir-se de sorrisos e vir até mim, camuflando o fardo da consciência(...).
Pois bem, manter um esqueleto andando precariamente é uma eterna convalescença. Jovem mulher débil, somente capaz de arrancar suspiros de pena por onde passa com as mãos entrelaças. Tal rosto de mártir não fora planejado; sofrimento intenso e incessante. A vida me é impossível- sem acolhimentos, o berço que balançou-me também me sacode.
Impossível acatar a afirmação de que "todos os dias são iguais". Ora, estão longe de ser! A cada nascer do sol tua forma de lidar com absolutamente tudo altera-se. Necessito pensar e agir de forma independente, e como podes aborrecer-te dizendo que seria para teu próprio prazer? Logo és sugado e me percebes como de praxe - uma existência sem cor. Apago-me facilmente, um ser descrente que vive no trajeto estreito e enrugado céu-inferno todas as semanas.
Penso se prefiro consumir-me pela subjetividade enlouquecedora ou em anonimato, na ausência do meu eu em suma: anestesiada.

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