segunda-feira, 5 de julho de 2010

Jardim do refúgio

Ela deita na grama verde e plana: presenteia si mesma com tal prazer.
Estira a pequena existência - que anda e pode ser vista a olho nu - por entre tal tapete aveludado, como se ali a alma pudesse desapegar-se do físico mais facilmente, e planar junto à brisa de inverno.
Desliza a mão trêmula pela terra orvalhada, manchando-a com a fuligem branca que o molhado do chão tirou do seu esqueleto, já pálido e desmanchável como o giz.
Na companhia dos arbustos e pequenos pássaros é onde ela quer estar ; aperta a terra negra contra o peito : A paz encontrará na morada do jazigo perpétuo que breve estará, abaixo do verde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário