terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Parasitas

Até mesmo o gato Syd desmaiara em sono. Não suportara a noite desconfortável que atravessamos.
Erupções avermelhadas propagam-se por meu corpo, correm pela superfície da pele formas de vida desconhecidas - invisíveis. Como incomodam! Rolam, como coçam! Se visíveis, pareceriam piolhos, quem sabe?
Minhas duas metades evidentes disputam a hegemonia, e é preciso uma figura de Rei - como na história - para separá-las e conceder-lhes a graça de uma vida livre de tormentos para ambas as partes. O fio da espada é necessário... A briga precisa de um término ao contrário do que é e foi no tempo em que perdurou: lenta e dolorosa. A madrugada têm dúzias de tronos difundidos escuridão à dentro, mas as figurinhas ensandecidas que rolam de uma mão à outra não permitem-me sair para caçar. Que solução há?
Penso em enfurecer-me, rodeada de água e sabão, na banheira do cômodo ao lado do quartinho. A água jorra de si mesma cólera, ao natural, e purificará momentaneamente minha brancura escabrosa. Será?

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