sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

No palco

Lágrimas despencaram dos meus olhos, borrando a pintura escarlate do rosto. Te procurei por entre a platéia indigente e depois procurei um lugar para um sono profundo: meu corpo congelara.
Queria poder arracar meu coração do peito e guardá-lo em uma gaveta escondida, onde ele batesse só, sem ferir-me a cada tentativa de mantêr-me viva. Queria ter ganhado um único aplauso. E talvez palavras doces de orgulho acompanhadas de um abraço.
Não há como dar pontos e encerrar. Ao término da música eu sangrava desesperadamente de dor e saudade! Tive esperança sem querer tê-la. Estou perdida pelos palcos; esses que agora possuem só a doçura melancólica dos meus olhos que ardem.
Naquela noite, morri por dentro.

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