Em anomia carnal, busco-te inconscientemente. Claro que ao mais simples ato percebo a implacável procura, mas permito-me vivê-la para um dia, quiçá, a dor não mais perdurar: se resistir, persistirá. A inspiração artística que também nos uniu outrora, é parte minha e não posso evitar... E por vezes a criatividade pega peças incríveis e penso que no ato, eu estava desprovida de consciência para tal!
A noite que parcialmente falo fora um exemplo gritante. No tempo em que encontro-me, as taças de vinho barato não engolem minha mente e, se qualquer pessoa disser-me que possivelmente dissolveria na bebida de baco a essência de um amor terno, tatuado - ainda que por instantes- eu cruzaria as pernas e riria debochada. Então, o garoto que cruzara comigo em seu caminho fora vítima dos conflitos em demasia que sinto. Desapego-me da memória - da espécie do hábito - viva nas noites de intoxicação e volúpia. Fico a reformá-las sem revivê-las.
Mostrara-lhe algo de mim jogando conversa fora: gravei em sua mão, que diria ser um tanto bonita, um codinome do amado - que entorpece o inconsciente! Tracei em letras garrafais o nome de uma figura semelhante fisicamente e artisticamente. E o garoto, de quem recordo o nome pelo espantoso gesto meu, teve de deixar a pele da palma da mão áspera - de tanto esfregar para livrar-se de meu rastro.
Não há parte alguma minha para ser doada!
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