terça-feira, 27 de novembro de 2012

Chá

O interior macio de uma Tulipa é meu dormitório, de paredes que emitem frequências vibracionais altíssimas. Repouso no silêncio de seu fundo abobadado, sendo o esplendor do céu noturno minha cúpula - como um observatório lunático.
Porém, é dentro da rosa que passo longas horas acariciando sua textura acetinada... Danço enroscando os pés descalços no veludo das pétalas. 
Ao deixá-la, cada mínimo poro de minha 
pele fora contaminado com seu sabor de flor silvestre.
Aroma tentador de rosa que permanece ao fervê-la na chaleira com água. Sirvo em xícaras de gesso o Chá da Roseira - perfeita alquimia para a amnésia do coração. Elixir que dança, perseguindo a circunferência do recipiente, apurado e atencioso para curar minha cólera.

"A polegarzinha"



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