terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Visita a terapeuta


Outrora diagnosticada bipolar confusamente amante, hoje com insetos no estômago e arrepios de vontade de um único homem, Nelica bateu em minha porta desejando ter a ficha arquivada. Na tarde abafada apressou os passos para fugir da tempestade - para não resvalar nas pequenas flores roxas de ipê traiçoeiras da rua. Chegara e eu estava de pensamentos antecipadamente alagados - compulsão  que tenho por devaneios encharcados!
"Foi o moço que deixou o microfone cair do terceiro andar" dissera-me. "Que vento o trouxe até minha sacada, de vizinha do térreo?" Perguntara querendo a obvia resposta para agradar seu coração. " Brisa de calmaria." Respondi, entre um suspiro profundo.
E de repente, ficou quente de mais no consultório e a inspiração fugira com o suor do corpo... Que chova mais! Para que eu possa finalizar as frases escritas, ajudá-la a domar o coração jovem inoportuno - que se sobrepõe as estatísticas e renova-se a cada semana.

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