O encontro estava marcado para logo mais. Ela suava frio. As gotículas pingavam de baixo dos braços e escorriam pela barriga, resfriando-se. Surgiu uma vontade aterrorizante de cair de vez no caos que estava sua cabeça.
Ainda em casa, imaginou as paredes bordô do bar vestido de festa, já pequenas para os corpos espaçosos de casal eternizado - pois sempre há uma sepultura no meio. Bebeu gole após gole três copos de vinho, inflou o peito de coragem e chamou o táxi. Foi.
O rosto alvíssimo dele, deu lugar a um bronzeado cor de terra - onde nascem penugens que quase formam um canteiro castanho nas bochechas magras. Armou-se como de costume, agora também esteticamente: protótipo de barba.
Farpas disfarçando amor saíram de seus lábios - os mesmos que queria somente beijar. Tornou a existência mais penosa e medíocre!
Lia vagou por um espaço de tempo minimamente arquitetado por ele para cegar e ferir a si mesmo. Aquela profundeza aquática que são os olhos azuis do ex amante, serviriam para afogá-la e de fato aconteceu.
Incapaz de perceber a esfera positiva que ela lançara-lhe a cada gesto... Impossível destrancar portas emperradas, inútil forçar janelas trancadas.
O audaz inconsciente, perde as rédeas do ego e desmancha-se em grosserias. Acostumou-se a atuar em qualquer circunstância da vida ligada aos sentimentos. Cai na desgraça que é o medo de voltar-se para dentro.
Ambos destroem-se gratuitamente.
Quando somos presunçosos, começa a verdadeira comédia!
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