sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Labirintite

Meu ano inicia-se com pilares bambos de memórias e misérias.
Quero voltar para casa mas sinto pavor também de lá: minha incerteza é interna.
Pessoas cinzas passam pelos corredores, estou trancafiada em um vão entre as paredes de tijolos a vista, como espectadora transparente de vidas.
Vago pelos labirintos vertiginosos, que são as sobras de campo das construções alheias, pois não encontro uma para mim. 
O ar que chega para ser respirado é carregado de detritos com que abro buracos em meu pulmão - transformo-o ao longo do tempo em um favo de abelha, tomado por buraquinhos. Causo ilusão de ótica quando enxergam-me pelo vão: frenética, em busca do fantástico, tão  magricela e irresponsável...

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