sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Exílio parte 24 (Nó)

Na calada anestésica da noite, ando pelo quarto torcendo as mãos, inquieta. Já não sei se acomodo-me, luto - tenho forças para tal? Sinto-me em constante sonho acordada, sendo obrigada a interagir com o real. Gostaria e sinto, que a cólera que pousa sobre mim é do tipo que desconcerta até mesmo ilusórias suposições de outra forma de perdurar pela existência.
Retiro o vermelho manchado das mãos, logo paro e vejo a pele que, corroída em volta, não possui mais solução. Superfície que fora doce! As mãos são a irrefutável prova física do sofrimento que atravessa o tempo. Que não amanheça! A febre não terá fim.
Não funciono bem. O pouco torna-se intenso e o muito soa-me fraco. Não concluo nada: sou morte incansável. Não penso em culpados para, disfarçada, consolar-me - não projeto em terceiros e segundos o que é criação MINHA.
Oscilações loucas, vertigens! Minha percepção da volta é ditada por leões ferozes e é incrivelmente difícil aparecer (apodrecer) em público com o coração dilacerado! Há muito não escrevo um "algo" propriamente dito, mais do que nunca tornei-me, em suma, o "emaranhado de pensamentos". Taquicardias, alucinações de sensações... Deus, liberte-me de vez!

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