Na sala de estar alheia a solidão impera, medo não sente. O vazio domina na mais maldosa índole: deixa na borda do fosso alguém permanecer, atrapalhando e ameaçando a imperatriz da ausência. A esta hora, o observador está debruçado na boca do buraco - acolchoado em sua cama.
Não há como sentir plenitude ou felicidade, a angústia prorroga-se como em passe de mágica e somente suas esperanças são milagres impossíveis. Condescendente, Lia ri com o canto da boca para não chorar por ser ignorada por todas as entidades.
Roga para que abras a porta e tenham as mãos acopladas. Nega, em trovoadas, aquela que lhe é estendida, sem cansar de terminar a jornada em frente a mesma porta chaveada. Deseja estar em teu cômodo!
Ouve o tic-tac do relógio pensando ser o zumbido de abelhas e, em confusão, sem bússola desliza até a frente do teu quarto. Equilibrando-se na ponta dos pés ergue o braço de punho fechado. Exita três vezes tocar a madeira branca; queria mesmo era ser fumaça para aproveitar as fendas. Finalmente o som que escuta são suas próprias batidas leves. Uma, duas, cravando então os dentes na maçaneta - despertas em pulo do engasgue que é teu sono.
Ele inclinara-se contra ela, com tom de piedade na voz de quem pede perdão pelo próprio egoísmo, mas nenhum remorso por negar o aconchego do seu aposento.
Lia está em cacos - espalhados por diversas casas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário