I
Dormi para morrer entorpecida
e mesmo assim desperta-me
Com tuas vibrações aquecidas.
Em meio a mãe natureza amanhecendo
O dia surge para mim em tua música úmida que, tão perto
Desnorteia mútuos sentidos.
As folhas secas da mata - soníferas
Então cobrem-me.
O corpo adormece para defender-se.
II
Tua cozinha do pensamento acendera.
As horas são devastadoras
- culpa, culpa!
Entrega-se pela trilha de galhos quebrados,
confia que encontrará a cabana desconhecida.
Guia-se pelo aroma de jasmim -chamando pelo anjo
e de fato crê tê-lo perseguido.
Energia pura inunda teu coração.
Rapidamente o semblante, outrora de êxtase
Fenece como essência de flor se não retirada.
Depara-se com uma toca fechada,
apenas com a lama seca da falta de esperança.
Insensível,
passou despercebido pela aura púrpura.
Levado, massacrado, o garoto
desce o acampamento com sua pilha de lenhas nos braços
De rosto incendiário,
abrindo o fosso que separa-nos.
III
Longe de ti o único tempo é o presente.
Danço com a correnteza do rio que sempre flui
Como pano branco lançado na água.
Mas ainda, sem demora
Soluço silenciosa
No barro encharcado da toca.
A invisibilidade...
Será benção?
Será desgraça?
14/10/012
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