(O tempo passa camuflado. Não acontecera nada de novo, só as falsas promessas em renovação. A noite afastou-se do total criminoso, para só um lapso - de algumas horas - de silêncio absoluto.)
Respiro mutação porém permanência - de supersticiosa esperança, mas por ti não mais luto.
Tu és o show a parte, ovacionado na surdina - nos silenciosos espetáculos.
Nas cartas de amor guardadas, só eu sei das juras pensadas - desesperadas
Para hoje ter sido só engano teu!
Insensata buscando a suprema aceitação, lamento o vazio de todos. Até mesmo nós dois: sonhos que tornam-se espadas vorazes.
Paro, estática, encarando a leveza do espelho oval na parede. Mergulho em quadros familiares, transparecendo até serem figuras nítidas da tua face sorrindo. Em fantasia admirável de carinho, nunca recordara tantas expressões de amor bagunçadas.
Condeno a vida plena por apenas algumas memórias e demoro para crer: é final de junho! Tempo, fragmente-se já!
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