Ao contrário do que eu esperava, fui boicotada por uma hierarquia familiar que de súbito organizou "aquele" churrasco no sábado à noite. Logo, meu lamento por não poder contribuir mais um ano com a idéia da Hora do planeta ganhou um agravante: a estrela da noite era a carne.
Deparei-me com o corpo esquartejado de uma ovelha na cozinha. O grande osso da perna - nosso fêmur - encontrava-se metade para dentro e metade para fora da pia, servindo de parque de diversões para o gato Syd, que ficou em êxtase. O tempo úmido contribuiu para o odor do cadáver recém descongelado exalar e causar uma mórbida "água na boca" dos ilustres convidados.
Não é mera coincidência que aqui no Rio Grande há o maior índice de câncer intestinal do Brasil. O fato é que não somos carnívoros - nem mesmo possuímos dentes de carnívoros. Com um intestino tão extenso, a carne ingerida entra em decomposição ainda no organismo, liberando milhões de bactérias provenientes da putrefação.
Por que há necessidade de tirar a vida de seres como nós, muitas vezes até mais humanos, para tal prazer sem escrúpulos? Minha Hora do planeta foi um show de horror na mesa de jantar; as pessoas deleitavam-se comendo e lembrou-me desenhos como Os Flinstones, ao modo pré-histórico. Não temos mais condições de manter tais hábitos analisando por um parâmetro de acontecimentos recentes, pois por uma linha de consciência humana, eu citaria uma frase com séculos de existência:
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