Danço,com a beleza clássica de bailarina
As valsas que nos embalaram.
Hoje, solitária, não há alegria nos pés sapatilhados:
Só entusiasmo lúgebre ao compasso da música.
Danço, para espantar os fantasmas
E afugentar o frio das tardes de junho.
As folhas do outono já despencaram,
E o campo de folhas mortas agora é meu palco.
Danço, como as papoulas de Morpheu,
Fazendo a cidade adormecer com sonífero:
Um sonífero doce, feito de violinos.
Danço, pois a música entorpece-me.
Não há mais sono; é meu único consolo:
Dançar, e não secar jamais.
13/03/2010
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